terça-feira, 1 de setembro de 2009

O que fazer quando não se sabe o que fazer

O QUE FAZER QUANDO NÃO SE SABE O QUE FAZER


O rei Josafá está encurralado por adversários medonhos e insolentes. Uma grande multidão, fortemente armada estava pronta para atacar Jerusalém. Não dava tempo para reagir nem Josafá tinha recursos para resistir àquele aparato militar que pretendia varrer Jerusalém do mapa. Ao saber da tragédia, humanamente irremediável, Josafá teve medo e pôs-se a buscar o Senhor, convocando a nação para orar e jejuar. Em sua oração, o rei disse: "Ah! Nosso Deus, acaso, não executarás tu o teu julgamento contra eles? Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti" (2Cr 20.12). Diante da situação tão desesperadora, Josafá admite sua incapacidade; reconhece que não sabe o que fazer, mas põe os seus olhos em Deus. Desse episódio podemos tirar quatro lições:

1. Quando você não souber o que fazer, busque a Deus em oração e jejum (2Cr 20.3) - Há momentos em que os problemas vêm sobre nós como uma torrente caudalosa, como uma avalanche avassaladora, como um terremoto assustador. Nessas horas, nossos recursos são absolutamente insuficientes para enfrentarmos a situação e nada podemos fazer senão recorrermos ao Deus do céu, e clamar por sua ajuda e socorro. A oração e o jejum são recursos sobrenaturais, são armas espirituais à disposição do povo de Deus. Quando agimos por nossa própria destreza e fiados em nossos próprios recursos, ficamos sujeitos a derrotas acachapantes. Mas, quando buscamos a Deus em oração e nos humilhamos sob sua onipotente mão, então, seu braço onipotente sai em nossa defesa e nos concede vitória.

2. Quando você não souber o que fazer, confie nas promessas de Deus (2Cr 20.4-12) - Não basta orar, precisamos orar como convém. Não basta pedir, precisamos conhecer aquele a quem pedimos. Josafá reconhece que Deus é o soberano Senhor nos céus e domina sobre todos os reinos da terra. Ele ora consciente de que nas mãos de Deus estão toda força e poder e não há quem lhe possa resistir. Quando compreendemos a grandeza de Deus, nossos grandes problemas se apequenam. Mas, Josafá deu um passo além em sua oração: ele fulcrou sua súplica nas promessas de Deus. Ao mesmo tempo em que buscou a Deus em oração, abriu as Escrituras para orar e fundamentar sua petição no alicerce firme das promessas de Deus. Oramos com eficácia quando ancoramos nossas petições nas promessas daquele que tem zelo pela sua Palavra e fidelidade em cumpri-la.

3. Quando você não souber o que fazer, ouça e obedeça a Palavra de Deus (2Cr 20.13-19) - Quando todos os homens, mulheres e crianças se reuniram para falar com Deus em oração, Deus se manifestou e falou com eles, trazendo-lhes sua Palavra. Por intermédio da oração falamos com Deus; por meio da Palavra Deus fala conosco. A Palavra divina que veio ao povo encorajou-o a não olhar para as circunstâncias e não temer as ameaças do inimigo. Deus lhes acalmou o coração dizendo que pelejaria por eles e lhes daria a vitória. A Palavra gerou fé no coração deles e tirou seus olhos do problema para colocá-los no Deus que está acima e no controle da situação.

4. Quando você não souber o que fazer, louve a Deus com confiança (2Cr 20.20-30) - Quando o povo ouviu a voz de Deus, o medo foi substituído pelo louvor. Eles enfrentaram os exércitos inimigos não com armas carnais, mas com louvor. Eles não louvaram depois que o inimigo foi derrotado; louvaram para derrotar o inimigo. O louvor não é apenas conseqüência da vitória, mas é a causa da vitória. "Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o Senhor emboscada contra os filhos de Amom e de Moabe e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados" (2Cr 20.22). O louvor é o brado de triunfo dos filhos de Deus no campo de batalha. Quando os problemas parecerem insolúveis, faça o que fez Josafá: ore, jejue, obedeça, e louve ao Senhor, e o inimigo será desbaratado.

Rev. Hernandes Dias Lopes

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

COMO AMAR O INIMIGO?

COMO AMAR O INIMIGO?Sabemos que todo mundo fala de amor. Filmes, histórias, poesia, música e livros são alguns exemplos das publicações do amor. E ainda sabemos que em todo relacionamento buscamos amar e ser amados. A família, o casamento, a amizade e as diversas parcerias da vida são cenários das relações de amor. Porém, são nesses mesmos contextos que surgem as maiores crises de relacionamento: ofensas, intrigas, inimizade, separação e clicos de vingança etc. Diante do desejo de amar e da crise dos relacionamentos, a quem eu devo amar? Essa foi a pergunta feita a Jesus pelo perito da lei (Lc 10:29). Ele pensou: Se devo amar o meu próximo, quem é o meu próximo? A quem eu devo amar? Jesus responde a essa pergunta contando a história de dois inimigos de raça, cultura e crenças diferentes que se encontram no caminho da vida. Um deles salva o que estava quase morto pedindo socorro, doando tudo o que tem de melhor para o seu inimigo. Nessa história, Jesus ensina que o próximo pode ser também o inimigo. Isso nos lembra Jesus dizendo: “amai os vossos inimigos” (Mt 5:44). Diante disso, alguém já perguntou: Como eu posso amar o inimigo? Se amá-lo, vou ser descaradamente falso. Esse dilema surge porque temos idéias estranhas sobre o amor. Primeiro temos que pensar sobre os vários significados da palavra amor. Diferentemente da língua portuguesa, o grego apresenta pelo menos 3 palavras para o amor: Phileo é o amor da amizade. Eros é o apaixonado amor entre homem e mulher. E o amor Ágape é o amor divino, resistente, eterno. Phileo e Eros são sentimentos conquistados por merecimento; já o ágape é decisão de amar imerecidamente sem trocas ou reciprocidade. Jesus nos ordenou a exercitar o amor ágape nos relacionamentos quando disse: “Novo mandamento vos dou: que vos amei uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros”. (Jo 13:34). Podemos destacar aqui a lição de que devemos amar uns aos outros com o mesmo modelo, padrão e exemplo do amor de Jesus. Assim, devemos olhar para Jesus e saber como ele amou uns aos outros. Olhando para a vida de Jesus podemos aprender pelo menos 3 lições sobre o significado do amor em nossos relacionamentos:1. O amor ágape é muito mais do que gostar de alguém. Amar é diferente de gostar. Devemos amar todo mundo. Isso não significa que devemos gostar de todo mundo. Nós gostamos de algumas pessoas e não gostamos de outras. Mas devemos amar todas as pessoas, inclusive aquelas de quem não gostamos. Você não precisa gostar para amar. Deve inclusive amar sem gostar. Jesus não gostava de seus inimigos religiosos e políticos, porém, amou todos eles. Isso significa que amar não é gostar do inimigo ou ter afinidade com ele. Isso implica que amar não impede de denunciar a injustiça, protestar contra a maldade, reinvidicar os direitos humanos nem disciplinar quem erra. Vemos que Jesus não demonstrou seu amor fazendo serenatas de saudades para os religiosos fariseus, nem escreveu cartas de amor para os ladrões do templo, nem fez homenagens para Herodes. Mas Jesus amou todos eles, inclusive, ao ponto de denunciar o pecado deles e dar sua própria vida para salvá-los. Enfim, Jesus amou seus inimigos, mas não gostou deles, não aprovou seus erros nem se alegrou com as injustiças deles (I Co 13:6).2. O amor ágape ultrapassa a convivência íntima. Amar não é necessariamente conviver intimamente com todas as pessoas em todo o tempo e transformar sua casa na “casa da mãe joana”. Aprendemos nos evangelhos que o amor de Jesus respeitava fronteiras e limites de convivência. Jesus vivia distante de seus inimigos religiosos e políticos, era mais formal com a multidão, porém mais próximo dos 70, mais chegado dos 12, mais ligado a 3 (Pedro, Tiago e João) e mais íntimo de um (João – quem encostou a cabeça sobre os ombros de Jesus). Isso significa que não é necessário conviver intimamente com certas pessoas para amá-las. Acredito que existem relacionamentos que devem promover amor numa convivência à distância. Não vemos Jesus comendo pizza com os fariseus, nem indo ao shopping com herodes, nem passeando na praça com os soldados romanos; pelo contrário, Jesus fugia deles. Isso nos diz que Jesus convivia separado de seus inimigos; porém os amou mesmo a distância, a tal ponto de dar a sua vida para realizar a reconciliação pelo seu sacrifício na cruz. Assim, Jesus mandou amar os inimigos e não ter intimidade com eles. Fuja dos inimigos que vos perseguem, porém os ame de longe. 3. O amor ágape é incondicionado a roupa social, cultura e religiosa. O olhar de Jesus despia a personagem que todos vestiam para olhar o ser humano que cada pessoa é. Ele não enxergava apenas uma adúltera ou prostituta, mas uma mulher carente de amor. Jesus não enxergava apenas um pobre, ou um leproso ou um endemoniado, mas um ser humano carente, doente e oprimido. Jesus não enxergava impressionado apenas o glamour dos cargos políticos nem o status social e religioso dos fariseus, mas ele enxergava um ser humano perdido e morto em seus pecados. Jesus não enxergava apenas um rico, corrupto, cobrador de impostos, traidor e ladrão como Zaqueu, mas enxergava um homem pobre de espírito, com o coração vazio e carente da maior riqueza do mundo, o amor de Deus. Jesus não enxergava apenas o seu inimigo ofendendo, perseguindo e traindo; mas ele enxergava um ser humano doente no caixão do seu egoísmo. Assim, Jesus amou o ser humano despido de sua roupa social, cultural e religiosa. Isso significa que devemos amar o inimigo, porque antes de ser um inimigo, ele é um ser humano. Por isso, podemos amar o inimigo como Jesus amou.As palavras e a vida de Jesus ecoam nas palavras de Paulo, apóstolo, que diz: “O amor seja sem hipocrisia...Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,...abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis...se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber, porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer o mal, mas vence o mal com o bem”. (Rm 12: 9a, 15, 20 e 21). Assim, podemos concluir que amar não é sentimento, intimidade nem tratamento condicionado à personalidade, mas amar é dar tudo o que somos e tudo o que temos em favor do bem da pessoa amada; mesmo que seja o teu inimigo, mesmo que seja dar aquilo que a pessoa não deseja, mas precise para gerar transformação e vida. Lute e vença o mal do ciclo vicioso e ininterrupto da vingança e do ódio com o bem do amor.
Em Cristo, o amor encarnado pelos seus inimigos.

Jairo Filho - www.jjairofilho.blogspot.com

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

MISERICÓDIA QUERO E NÃO HOLOCAUSTOS!

MISERICÓRDIA QUERO E NÃO HOLOCAUSTOS!

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
Jo 13:35

O que tenho feito pelo Evangelho? A minha vida tem servido de padrão referencial para os que não crêem? As críticas que tenho tecido à igreja atual, aos ministérios que se proliferam pelo mundo, aos líderes que alcançaram certa proeminência e glamour, aos irmãos que freqüentam a mesma comunidade que eu e às pessoas marginalizadas da sociedade, têm sido críticas que trazem no seu bojo o amor e a misericórdia?
Essas perguntas chegaram ao meu coração após eu ter lido um texto cheio de bílis e fel de um certo “Bereano”. Em um primeiro momento concordei com ele e até vibrei com sua ousadia em escrever uma crítica tão ácida sobre alguns muitos exageros que têm sido cometidos em nome do Evangelho. Seu veneno foi derramado sobre figuras conhecidas da igreja brasileira, e, apesar de concordar em alguns pontos, me vi depois entristecido com a falta de amor com que a crítica foi feita.
Jesus não nos disse que o que nos tornaria conhecidos como discípulos dEle seria a denominação à qual pertenceríamos, o movimento que acompanharíamos, se creríamos ou não na contemporaneidade dos dons, se seríamos adoradores “extravagantes” ou serenos, se seguiríamos esse ou aquele líder, se nos organizaríamos em células ou em congregações, ou se seríamos tradicionais, pentecostais, renovados ou carismáticos. Ele nos diz que seríamos conhecidos como seus discípulos se nos amássemos uns aos outros. O mandamento que Ele nos deixou foi que nos amássemos assim como Ele nos amou (Jo 13:34). Se observarmos com atenção o que está escrito nos Evangelhos, perceberemos como temos agido contrariamente a este mandamento.
Deveríamos nos sentir constrangidos por agir como temos agido, por criticar como temos criticado. Se procurarmos ser sinceros, veremos que nossas opiniões, nossas críticas, têm sido motivadas por partidarismos, por arrogância, por zelo excessivo divorciado da misericórdia, por orgulho e, principalmente, por falta de amor pelo próximo. Já foi dito que o exército de Deus é o único exército em que os soldados atiram em seus próprios companheiros. Isso é uma verdade! Basta ver a proliferação de textos que circulam na internet (e este é mais um!) onde a preocupação está mais em denegrir a imagem de um líder ou de uma igreja do que de pregar a Salvação em Cristo.
Não fomos postos nesse mundo como juízes! Não temos o direito de julgar a ninguém, muito menos de condenar, essa é uma prerrogativa exclusivamente divina! Nenhum de nós tem autoridade para atirar a primeira pedra!
Se for assim, você me pergunta, vamos deixar tudo ao Laissez faire, ao vai do jeito que quiser? NÃO, ABSOLUTAMENTE, NÃO! Paulo diz: “Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros.”(Rm 15:14). Ora, já que estamos cheios de bondade, devemos utilizá-la na admoestação àqueles que têm se equivocado, que têm cometido exageros, que têm pecado e usado o Evangelho em proveito próprio. Não podemos esquecer o que Jesus disse aos fariseus:“Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” (Mt 9:12 e 13). É nossa obrigação, como servos do Senhor, zelar pela manutenção da doutrina bíblica, exortar e admoestar aqueles que não se conformam a ela ou procuram deformá-la e adaptá-la aos seus interesses, mas devemos fazer isso única e exclusivamente motivados pelo amor e pela bondade.
Às vezes o zelo pela doutrina, pela tradição, pela obra, torna-se um zelo como o dos judeus da época de Paulo: “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.”(Rm 10:2). Nos consumimos em ataques uns aos outros, nos arrogamos a detenção da verdadeira interpretação da Bíblia, desprezamos aqueles que pensam diferente de nós, achamos “ridículo” a forma como alguns irmãos se portam na adoração, criticamos o estilo de música que está em moda no meio evangélico, taxamos de heresia tudo o que é diferente daquilo que aprendemos (e muitas vezes nem fomos à Bíblia para conferir se estava certo), e esquecemos o amor e a misericórdia na hora da exortação, da disciplina, da admoestação.
Amados, não podemos agir como quem não tem conhecimento. Lembremos do que Paulo nos orienta: “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros, em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Ef 4:1-3. Vamos ser mais amorosos em nossas críticas, vamos abandonar o orgulho e parar de destilar nosso veneno contra a vida daqueles que consideramos estar equivocados em sua caminhada cristã.
Esse texto é dirigido primeiramente a mim, pois tenho visto que preciso aprender o que significa “misericórdia quero e não holocaustos”. Se você que o lê se sente como eu, reflita bastante no que foi dito, e vamos construir uma geração amorosa, vamos ser conhecidos como discípulos de Cristo.
No Amor de Cristo,
Gustavo Fraga Alvares

sábado, 1 de agosto de 2009

MEU CÉU

Quando o meu céu escurece
E a neblina cai sobre
O meu caminho
Como cega vou andando!

Cheia de medo...
Caminhando de mansinho
Pisando nos espinhos
E nos buracos.

Vou tropeçando
Mas nunca chego a cair.
Logo lembro do meu Deus!
Ele me Diz:
No céuAbrirei uma janela.

Então me alegro porque verei o azul
E uma grande chuva de bênçãos
Cairá sobre mim.

No meu caminho
Verei uma imensa luz
E sobre a relva andarei.

Não temerei porque ele está comigo.
Ele me diz:
Não temas, eu te ajudo.
E nessa fé vou caminhando.

Terezinha C. Werson

CRESCIMENTO IDEAL DA VIDA CRISTÃ

"Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade" (2 Pedro 3.18).

Ninguém nasce completo e com grande estatura no âmbito físico ou espiritual. E o crescimento que não obedece ao curso natural de leis e princípios que o regem gera anomalias e deformidades. Seguindo este raciocínio, no mundo espiritual, ou o cristão cresce, ou fica medíocre, pois os pilares da vida cristã precisam ser exercitados dia a dia até chegar a um nível de crescimento ideal. Esses pilares são eles: a fé (Romanos 1.17), o conhecimento (Oséias 6.3), a graça (2 Pedro 3.16-18), a santificação (Hebreus 12.14) e as experiências espirituais (2 Coríntios 3.18).Sabendo disso, atente para o fato de que é necessário crescer de maneira uniforme, tanto na graça como no conhecimento, senão o cristão será vítima da heresia e da ignorância espiritual. Assim, alguns crescem na graça, mas não no conhecimento, e permanecem meninos, pois não estudam a Palavra. Os anos passam, e eles continuam sendo novos convertidos que não sabem discernir a voz de Deus e a dos homens, nem a emoção e o poder espiritual.Há também os cristãos que progridem no conhecimento, mas não na graça. Eles racionalizam tudo e não têm experiências espirituais. São como os fariseus descritos em Mateus 23: estão cheios de conhecimento sobre as leis espirituais, mas não procedem com amor.Há dentro da Igreja um terceiro tipo de cristão: o fraco, que não progride nem na graça nem no conhecimento (1 Coríntios 7-10). Ele é facilmente influenciado pelos demais e fica escandalizado com qualquer coisa, sendo considerado enfermo na fé (Romanos 14.1). Ele tem de crescer e amadurecer proporcional e progressivamente na fé, a fim de alcançar a estatura de Cristo, ser uma testemunha poderosa do amor e do poder de Deus e dar frutos para o Reino de Deus.Quem deseja crescer na graça e no conhecimento de Deus, precisa ter algumas atitudes fundamentais, entre as quais destaco:(1) Buscar o Reino de Deus em primeiro lugar. O que apóstolo Paulo, em Colossenses 3.1,2, ensinou: Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra. (2) Ter vontade de aprender e paciência. Infelizmente, existe gente que mal se converte e, dois anos depois, já é consagrado pastor. Está errado! Para que o recém-convertido possa desenvolver a fé com solidez, deve primeiro participar dos cultos, ouvir as pregações e freqüentar a Escola Dominical. Assim, entenderá a autoridade espiritual, o plano da salvação e as doutrinas básicas, conseguirá praticar os ensinamentos da Palavra de Deus até atingir certo grau de maturidade espiritual. (3) Estudar a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo estudava as Escrituras meditando, refletindo, pensando e analisando a profundidade dos princípios e das profecias, a fim de conhecer melhor Deus e seu plano de salvação para a humanidade (2 Timóteo 4.13). Peça para o Espírito Santo iluminar sua mente e ajudá-lo a compreender a Palavra de Deus.(4) Desenvolver um relacionamento pessoal com Deus. Daniel orava três vezes ao dia, porque ele queria ter intimidade com Deus (Daniel 6.10). Se você não dobrar o joelho para adorar e clamar a Deus, lançando sobre Ele toda a ansiedade e compartilhando suas preocupações e fraquezas, não alcançará o crescimento ideal na vida cristã nem intimidade com Deus. O crente que ora, lê a Palavra e medita sobre ela, aprende a ouvir a voz de Deus, tem discernimento espiritual, direção e vive triunfantemente com Cristo viveu.(5) Viver em comunhão com a Igreja. É importante ter comunhão com o Corpo de Cristo, que é um conjunto de membros interdependentes (Romanos 12.4-10; Colossenses 3.13). O cristão que fica isolado do Corpo não cresce com ele e morre espiritualmente. (6) Ser perseverante e ativo na obra de Deus. O cristão que vive conforme os princípios que Deus estabeleceu em Sua Palavra, obedece a Deus e cresce na graça e no conhecimento do Senhor. Esse cristão ama, perdoa, foge da sua carne, evita pecado, dá dízimo e oferta, evangeliza e exerce a mordomia cristã, alcançando, assim, o amadurecimento na vida espiritual e produzindo frutos que glorificam a Deus e engrandecem Seu Reino (Mateus 7.24,25).
Pr. Silas Malafaia

OU É O EVANGELHO OU É DOENÇA!

O cristianismo está repleto daqueles que conheceram Jesus segundo a carne
Como podemos conhecer Jesus nos evangelhos e, por tal via, confessarmos que O conhecemos pela fé, e, ainda assim, nos deixarmos levar por tantas outras coisas chamadas espirituais que nada têm a ver com Jesus ou com o espírito do Evangelho? Paulo falou de conhecer Jesus no espírito e conhecer Jesus segundo a carne. Ora, conhecer Jesus segundo a carne é conhecer apenas o Jesus-Informação-Histórico-Religiosa. Nos dias de Paulo, essa denúncia também incidia sobre aqueles que se diziam discípulos de Jesus mas viviam na Lei, e não na Graça. Conquanto Jesus seja também uma informação histórica — afinal Ele existiu, e nós não estávamos lá quando isso aconteceu, razão pela qual dependemos completamente das descrições que os evangelhos fazem de Jesus a fim de melhor discernir Seu espírito —, no entanto, o discernimento de Quem Ele era só acontece como revelação de Deus no coração. Do contrário, a pessoa pode até confessar a Jesus como Senhor, mas fazer isso como crença religiosa, e não como o fruto de uma relação de Conhecimento de Jesus. A História do Cristianismo está marcada por aqueles que conheceram Jesus segundo a carne (a maioria quase absoluta) e aqueles que O conheceram segundo o espírito. Aliás, se fôssemos medir qual dos inimigos do Evangelho mais demandaram energia de Jesus e de Paulo, veríamos que o diabo, o mundo, o império romano e todas as Potestades não estiveram na “pauta dos incômodos” de suas vidas tanto quanto os que conheciam Jesus apenas segundo a carne. Jesus “gastou mais energia” nos encontros com escribas, fariseus, saduceus e autoridades do Templo do que com qualquer outra forma de oposição. Seus suspiros de angústia sempre foram provocados por estes. Já Paulo teve nos “falsos irmãos” e nos “judeus zelosos da lei” seus maiores inimigos. É como combate às heresias que pretendiam relativizar a Graça de Deus que o tema central de suas cartas acontece, ora combatendo o ascetismo religioso de influência grega, que buscava purificação pela abstinência de quase tudo ou pelo conhecimento de supostos mistérios, ora enfrentando as mesmas relativizações da Graça que eram feitas pelo outro pólo, o pólo da Lei, que, se fosse crida como estando ainda vigente, desconstruiria o significado da Cruz de Cristo. A respeito disso Paulo diz que a Lei morreu com Ele na Cruz para que, agora, libertos de nosso antigo e penoso casamento com a Lei, pudéssemos ficar livres para nos casar de novo, agora com a Graça de Deus em Cristo. Desse modo, conhecer Jesus apenas segundo a carne faz de muita gente vampiros sugadores da energia de almas boas. Sim, porque os que mais sugaram o sangue de Paulo foram estes. É esse conhecimento de Jesus segundo a carne, apenas como informação histórica e dogmática, o que mais drena a energia espiritual de quem deveria estar pregando o Reino de Deus, e não sendo sugado pelas sanguessugas da religião. Eu ousaria dizer que talvez 95 por cento do que suga a nossa energia na “causa cristã” nada tem a ver com Jesus segundo o espírito, mas apenas com o Jesus segundo a carne. Ora, isso vai das formalidades e das politicagens dos concílios e das convenções denominacionais e ministeriais até as mais cretinas formas de perversidade praticadas em nome de Jesus, feitas de fofocas, intrigas, intervenções, tiranias, perseguições neuróticas e invenções mirabolantes que tiram a simplicidade do Evangelho, fazendo dele um feioso produto da religião. Conhecer Jesus apenas segundo a carne faz mais mal do que não conhecer Jesus de modo algum. Isso porque nenhuma perversidade é mais chocante do que aquela que se faz em nome de Jesus ou que se torna farisaísmo legalista feito em nome dEle, pois isso introjeta o oposto na alma: o ser-diabo, como Judas, que O conheceu segundo a carne apenas. Paulo um dia conheceu Jesus como informação histórica apenas, e dedicou-se a acabar com Ele na Terra. Resfolegava ódio. Ficou perverso. Torturou. Fez muitos sentirem tanto medo e dor que negaram a própria fé. Paulo foi membro do “DOI COD” dos que apenas conhecem Jesus “de fora”. É que qualquer associação com Jesus que não seja no espírito, como conhecimento relacional, mediante apenas a fé, não tem o poder de fazer bem, embora tenha o poder de fazer o pior mal, que é o Mal de Lúcifer: aquele que vira diabo na presença-não-amada-de-Deus. Sim, eu lhes digo, amigos, sem medo de errar: é melhor que uma pessoa não conheça nada de Jesus e viva solitária e ignorante na beira de um barranco de um rio da África ou do Amazonas do que dizer que conhece Jesus quando apenas conhece a Sua suposta representação: a igreja e seus muitos e muitos ídolos, lugar onde muitas vezes reina a soberba, que foi a condenação do diabo. Sim! É melhor nada saber do que pensar que sabe e, naquele Dia, ouvir o Senhor dizer: “Eu nunca vos conheci”. Conhecer Jesus segundo o espírito é conhecer o espírito do Evangelho, e, no poder e na liberdade no Espírito Santo, experimentar o Evangelho como supremo benefício para a vida. Conhecer Jesus segundo a carne é como olhar para um Objeto do lado de fora, observando-o. Já conhecer Jesus segundo o espírito é como ver “de dentro” da Pessoa dEle. Sim, você passa a ver tudo “de dentro”, não mais “de fora”. E isso só acontece como iluminação dos olhos do coração, os quais só são abertos pela manifestação da Graça, abrindo o entendimento. Do contrário, nem todos os seminários de teologia podem abrir espiritualmente o entendimento de ninguém. Enquanto Deus é visto “de fora” e não “de dentro” dEle, saiba: a pessoa não conheceu ainda o que é "estar em Cristo”. Ora, “estar em Cristo” é de fato estar em Cristo. Daí em diante se vive e se vê “de dentro”, pois, pela mesma razão, se pode também dizer: “Cristo vive em mim!”.
Caio Fábio

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Jesus e as Mulheres

A encarnação de Cristo se dá num contexto histórico extremamente conturbado. Quando Deus se soletra em linguagem humana, o faz numa cultura cheia de particularidades. Entre elas, a situação da mulher era desgraçadamente difícil. Observe o que estudiosos dizem sobre o contexto histórico-cultural, no que tange às mulheres na época de Jesus:
Um homem não deveria entabular conversa alguma com uma mulher na rua, nem mesmo com a sua própria esposa, e, muito menos, com qualquer mulher. Na realidade, os rabinos radicais afirmavam: É preferível queimar a lei do que ensina-la a uma mulher (Strak e Billerbeck in Champlin, 1995).
Alguns rabinos chegavam ao absurdo de afirmarem que as mulheres não possuíam alma. Outros ainda diziam que aqueles que se demorassem conversando com uma mulher por fim herdariam as chamas do inferno. Nas sinagogas, um escravo podia ler as Escrituras; até mesmo uma criança do sexo masculino podia realizá-la desde que fosse capaz, mas jamais as mulheres.
Tais fatos podem ser claramente percebidos em textos bíblicos. Por exemplo, o do Evangelho de João 4 nos mostra Jesus numa conversa com uma mulher samaritana. Percebemos a surpresa da mulher ao ver um mestre judeu se aproximar de uma mulher samaritana e estabelecer um diálogo (v.9). Aqui estava presente o estigma racial, mas também sexista. Adiante os discípulos ao perceberem o que acontecia se admiram de Jesus estar conversando com uma mulher (v. 27).
Entretanto esses paradigmas foram sendo vencidos por Cristo. Jesus jamais se deixou limitar pelas mazelas culturais emburrecidas de seu tempo. Cristo nunca se submeteu aos padrões legais que não priorizassem a vida humana. A quebra destes e outros paradigmas que causavam indignidade e morte foram enfatizadas por Jesus. Porém, quebrar paradigmas não é tão simples e casual. Paradigmas são fronteiras e Cristo enfrentou muitas oposições e embates ao atravessá-las, mas não vacilou ao ultrapassá-las.
Em Cristo percebemos a valorização da mulher. Na vida e obra de Cristo a mulher é valorizada, aceita e acolhida. O Senhor abre as portas da dignidade e permite que as mulheres entrem por ela. Enquanto a sociedade judaica do tempo de Jesus fecha os portões do perdão e da salvação, Cristo abre um caminho: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então lhe disse Jesus: nem eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais (João 8:10-11). E quando é recriminado por uma atitude de acolhimento e perdão, faz da mulher a ilustração de seu ensino ao hipócrita fariseu Simão: E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher?(...) Perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco se ama (Lc. 7: 44-47).
São as mulheres que se tornam exemplos evangélicos de fidelidade. Quando da prisão, crucificação, morte e ressurreição de Cristo, enquanto todos os discípulos deixam a Jesus e fogem (Mt. 26:56), Judas o traí (vv. 47-48) e Pedro o nega (vv. 69-75), estavam ali muitas mulheres, observando de longe: eram as que vinham seguindo a Jesus desde a Galiléia, para o servir; entre elas estavam Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e de José, e a mulher de Zebedeu. (Mt. 27:55-56). E são as mulheres que permanecem diante da sepultura (v. 61) e recebem o anúncio da ressurreição (Mt. 28:5-6) e se tornam suas primeiras testemunhas (vv. 7-10).
Entre outros tantos exemplos vale mencionar que eram as mulheres que prestavam auxílio e suporte financeiro ao ministério de Jesus (Lc. 8:1-3). E que mais direi ainda? Certamente me faltará o tempo (e o espaço) necessário para referir o que há a respeito de outras mulheres que fizeram parte da História da Salvação no Antigo e Novo Testamento. Entretanto certo é que “...a mulher que teme ao Deus Eterno será elogiada...”.

Rev. Jean Douglas Gonçalves

Oscilações da Alma

Depois da morte de sua esposa, Vance Havner, um conhecido pastor batista, publicou um diário de suas experiências enquanto andou pelo “vale das sombras da morte”. Segundo expressa, a experiência cristã processa-se em três níveis: em primeiro lugar estão os dias de “cimo da montanha” em que tudo vai bem e o mundo parece cheio de sol. Os “dias comuns”, portanto, são aqueles em que fazemos os nossos trabalhos usuais e não nos sentimos exultantes nem deprimidos. Em terceiro lugar vêm os “dias sombrios”, quando nos arrastamos pesadamente através do desânimo, dúvida, desespero e conflito. Estes períodos se estendem às vezes durante dias, meses ou mesmo anos, antes de começarmos a experimentar uma sensação de alívio e vitória.
Há numerosas passagens bíblicas que retrata esta realidade da existência humana. Considere, por exemplo, o Salmo 4.8 em que o rei Davi proclama: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro”. Em outro salmo, logo a seguir, o mesmo Davi confessa: “Estou cansado de tanto gemer; todas as noites faço nadar o meu leito, de minhas lágrimas o alago” (Sl. 6.6).
Não há contradição em Davi. Ele exprime com sinceridade, em ambas as declarações, o seu estado de espírito. O fato, é que o salmista não mascara o sofrimento como grande parte dos evangélicos que, tomado pela consciência de que são intocáveis, inatingíveis e invencíveis, consideram as circunstâncias sofríveis na vida do fiel como falta de fé ou uma vida de pecado. É, porém, irreal pensarmos, como fazem muitos, que podemos passar a vida pulando de um para outro pico da montanha, como se não houvesse planícies ou vales entre eles.
Nem sempre a alegria dura muito tempo. De igual modo, nem sempre o choro perdura. É o próprio Davi quem lembra: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl. 30.5). Mesmo diante de situações adversas as canções davídicas são incluídas num contexto de esperança, como retrata o salmo 43.5: “Por que está abatida, ó minha alma? Por que te pertubas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”.
Como homem, Jesus também experimentou tristeza. Logo após o momento aprazível no cenáculo, Jesus segue para o Getsemani onde “começou a entristecer-se e a angustiar-se”, a ponto de exclamar: “A minha alma está profundamente triste até a morte” (Mt 26.36-38). Três dias depois, porém, estrugiu a alegria da ressurreição. Em cumprimento de sua missão messiânica, Jesus esperava pelos “dias sombrios”, e não se surpreendeu diante do sofrimento.
Quando somos suficientemente realistas para contar com as dificuldades que nos sucumbem e bastante informado para saber que Deus está no controle, então tornamo-nos equilibrados em nossa saúde emocional, certos de que situações calamitosas sobrevirão, e poderemos dizer assim como Davi “à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades” (Sl 57.1). Montes e vales são experiências de todos nós. Há dias ensolarados e há dias sombrios. Que o Senhor seja honrado em todos os momentos de nossa vida, seja na alegria ou na tristeza, na esperança ou na angústia, no monte ou no vale.

Sonia Carniato Gonçalves,
é esposa do Rev. Jean Douglas, bacharel em teologia
com especialização em Aconselhamento Cristão.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A IMPORTÂNCIA DE SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

Podemos escolher diversas maneiras para seguir a nossa vida, mas a melhor delas é viver de forma abundante com o poder de Deus. E o segredo para alcançar esta bênção está na admoestação do apóstolo Paulo, feita em Efésios 5.18: E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito (Ef 5.18).Após Jesus entregar Sua vida na cruz do Calvário para a redenção da humanidade, Ele ressuscitou e apareceu para os discípulos, comissinou-os a pregar as boas-novas de salvação e enviou o Espírito Santo, o Consolador, para que não ficassem órfãos nem desamparados após Ele ter voltado para junto do Pai. Contudo, muitos cristãos não aproveitam está bênção para trilhar um caminho reto e triunfante na presença do Senhor. Preferem agir sob os próprios impulsos e esforços, achando que ser cheio do Espírito Santo é apenas confessar o nome de Jesus como único e suficiente Salvador.É preciso muito mais que isso para ser cheio da presença do Espírito de Deus. Não basta falar em línguas estranhas ou freqüentar os cultos semanalmente. O Senhor espera mais de cada um de nós para revestir-nos com seu poder. Ele deseja que nos tornemos semelhantes a Cristo em nossa maneira de pensar, sentir, falar e agir . Isto é um processo contínuo, um exercício diário, que visa à santificação e ao crescimento espiritual. Todos os dias somos chamados a despir-nos dos velhos hábitos e assumir a posição de novas criaturas, de filhos de Deus, tendo Jesus como referencial. Só que não podemos fazer isso pelo nosso próprio conhecimento ou poder. Dependemos do agir do Espírito Santo para alcançar este propósito, porque só aqueles que querem ter uma vida sob o controle de Deus é que alcançam as promessas do Senhor em sua totalidade. É hora de ser cheio do Espírito Santo. Deus, em cumprimento à Sua promessa em Joel 2.28,29 e em Ezequiel 36.26,27, enviou Seu Espírito para habitar em cada pessoa que aceitou Cristo como seu Salvador e Senhor (ver Atos 1.8; 2.1-11). É pela ação do Espírito Santo que o homem é convencido de pecado, de justiça e de juízo, arrepende-se e é santificado, produzindo o fruto do Espírito —que é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gálatas 5.22,23 ARA) e recebendo dons espirituais e ministeriais, para o crescimento e a edificação dos membros do Corpo de Cristo. O Espírito Santo é o agente responsável pelo novo nascimento, o nascimento espiritual, a regeneração do ser humano, a transformação deste em nova criatura feita à imagem e semelhança de Cristo, para tornar-se, como Ele, um filho de Deus (ver João 3.5; Tito 3.5). Em outras palavras, é o Espírito Santo quem inspira, aconselha, dirige e consola o cristão. É Ele quem deve operar em nós tanto o querer como o efetuar segundo a boa vontade de Deus (Filipenses 2.13).Foi pela ação e inspiração do Espírito Santo que os profetas veterotestamentários falaram e agiram, revelando aos homens a mensagem e a vontade de Deus, bem como é pela orientação do Espírito que a Igreja de Jesus age e anuncia o Evangelho. O Espírito de Deus agia na vida dos crentes do Antigo Testamento e também age na vida dos cristãos nos dias de hoje. Mas de uma maneira mais plena, pois não está mais restrito apenas àqueles que presidem sobre outros, mas a todos que fazem parte do Corpo de Cristo.Entretanto, existe uma diferença entre ser habitação do Espírito e ser cheio do Espírito. Depois da conversão, o coração passa a ser templo do Espírito. Só que este deve ser o Senhor de tudo, com plena liberdade para operar em nós para a glória de Deus. Ele deseja que vivamos de forma transbordante com a presença do Espírito Santo. Só assim conseguiremos testemunhar com autoridade as boas novas à humanidade e sermos vitoriosos sobre o pecado, o mundo e o diabo. O Espírito Santo é o nosso combustível, o nosso guia, o nosso intercessor! Podemos ser prósperos financeiramente e ter todos os bens materiais desejáveis, mas se não nos enchermos da presença do Espírito de Deus seremos como um carro sem gasolina. Não funcionaremos e não cumpriremos os propósitos para os quais fomos chamados. Além disso, devemos ser cheios do Espírito Santo: 1) porque um lugar vazio pode ser mal ocupado, trazendo morte e destruição; 2) porque precisamos de amadurecimento espiritual para atingir a estatura de Cristo; 3) porque só uma pessoa cheia do Espírito Santo é mais do que vencedora e estará apta a encontrar-se com Cristo, quando Ele vier buscar a Sua Igreja.Em suma, encher-se do Espírito é o segredo da vitória em todos os aspectos da nossa vida. O Senhor deseja que Seus filhos sejam cheios do Espírito Santo agora mesmo. Se não estivermos preparados e revestidos de Seu poder, dificilmente desfrutaremos as bênçãos divinas na terra e, muito menos, no céu, ao lado do Pai por toda a eternidade.Para alcançar este propósito, a primeira coisa a fazer é ter o desejo de ser cheio do Espírito Santo (Mateus 5.6); é querer ardentemente ter comunhão com Ele, ansiar em ser controlado e fortalecido por Deus. Você quer ser cheio do Espírito Santo? Então busque isso.
Mensagem extraída do livro A importância de ser cheio do Espírito Santo, do Pr. Silas Malafaia.

REFORMA E REAVIVAMENTO

A Igreja Evangélica Brasileira precisa de uma nova Reforma. Muitos daqueles que se dizem protestantes já não protestam mais. Muitos daqueles que se autodenominam evangélicos têm transigido com a verdade e caído na malha sedutora do pragmatismo e das falsas doutrinas. Doutrinas estranhas têm encontrado guarida no arraial evangélico. Novidades forjadas no laboratório do engano têm sido acolhidas com entusiasmo por muitos crentes. Floresce em nossa Pátria uma igreja que tem extensão, mas não profundidade. Cresce em números, mas não em maturidade. Tem influência política, mas não autoridade moral. Faz propaganda de um pretenso poder, mas transige com o pecado.A Igreja Evangélica Brasileira precisa voltar às Escrituras. Muitos púlpitos estão sonegando aos crentes o pão verdadeiro e dando ao povo um caldo ralo e venenoso. Há aqueles que pregam o que o povo quer ouvir e não o que o povo precisa ouvir. Pregam para entreter os bodes e não para alimentar as ovelhas. Pregam para arrancar aplauso dos homens e não para levá-los ao arrependimento. Pregam prosperidade e não salvação. Pregam curas e milagres e não novo nascimento. Pregam auto-ajuda e não a ajuda do alto. Há muitas igrejas fracas e enfermas por estarem submetidas a um cardápio insuficiente e deficiente. A fraqueza e a doença começam pela boca. Há morte na panela. O veneno mortífero das heresias perniciosas destila em muitas cátedras teológicas. Muitos púlpitos espalham esse veneno e muitos crentes se intoxicam com ele. Precisamos colocar a farinha da verdade nessa panela, a fim de que o povo tenha pão com fartura na Casa do Pão.A Igreja Evangélica Brasileira precisa voltar às grandes doutrinas da Reforma. Precisamos reafirmar que a Escritura é verdadeira, infalível, inerrante e suficiente e não podemos acrescentar à sua mensagem as revelações, sonhos e visões que emanam de corações errantes. Precisamos reafirmar que a fé em Cristo é suficiente para a nossa salvação e não podemos acrescentar a ela as obras, os méritos nem o misticismo variegado tão incentivado em tantos arraiais. Precisamos reafirmar que a graça de Deus é a única base sobre a qual recebemos a nossa salvação. O homem não merece coisa alguma a não ser o juízo divino, mas de forma benevolente, Deus suspende o castigo e nos oferece seu favor imerecido. Precisamos reafirmar que não há outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos, além do nome de Cristo Jesus. Precisamos reafirmar que a glória pertence a Deus e não ao homem, igreja ou instituição humana.A Igreja Evangélica Brasileira precisa não apenas de Reforma, mas, também, de Reavivamento. Não basta ter doutrina certa, é preciso ter vida certa. Não basta ter apenas luz na mente, é preciso ter fogo no coração. Não basta apenas conhecimento, é preciso ter fervor espiritual. Não basta apenas conhecer doutrina, é preciso ser transformado e impactado por essa doutrina. A igreja de Éfeso tinha doutrina, mas lhe faltava amor. A igreja de Esmirna tinha amor, mas lhe faltava doutrina. Ambas foram repreendidas por Cristo. Precisamos de doutrina e amor, reforma e reavivamento. Não glorificamos a Deus com o vazio da nossa mente e a plenitude do nosso coração nem glorificamos a Deus com a plenitude da nossa mente e o vazio do nosso coração. Deus não é exaltado quando deixamos de conhecer a verdade nem Deus é glorificado quando deixamos de nos deleitar nessa verdade. Razão e emoção não são coisas mutuamente exclusivas. Elas se completam. A emoção que não provém de uma mente iluminada pela verdade é vazia, rasa e inconsistente. Uma mente cheia do conhecimento da verdade, todavia, que não exulta de alegria e santo fervor está, também, em total desacordo com a vontade divina. Oh! Que Deus nos desperte para o conhecermos verdadeiramente! Oh! Que Deus nos encha daquela alegria indizível e cheia de glória, a fim de que nos deleitemos nele e passemos a viver tão somente para a sua glória!
Rev. Hernandes Dias Lopes

O QUE ESTÁ ACONTECENDO À ALMA DOS CRISTÃOS HOJE?

Comamos e bebamos, que amanhã morreremos! — Paulo, ironizando a desesperança cristã.

Na primeira carta enviada aos cristãos em Corinto, na Grécia Antiga, o autor faz uma gravíssima declaração ao alertar que se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, então, apesar de dizermos que cremos em Cristo, ainda assim somos os mais infelizes de TODOS os homens da Terra .
Veja: ele não falava dos homens, mas, entre eles, de “nós”, de nossa esperança feita religião sem transcendência, sem amor pelo eterno, sem alegria no invisível.

Portanto, o cenário existencial que Paulo pintava era o de cristãos sem esperança ou com a esperança confinada por algo como a teologia da prosperidade. Tal teologia não celebra a eternidade, mas apenas a temporalidade dos sucessos humanos mensuráveis pelas quantificações materiais. Para a teologia da prosperidade, o maior poder da ressurreição de Jesus é a ressurreição de negócios e a restituição de finanças dos falidos.

Paulo está afirmando que é possível haver pessoas que confessam que crêem em Cristo, mas confinam sua relação com Jesus apenas aos horizontes deste mundo. Elas O vêem apenas como um poder; um mestre-de-resultados; um Cristo para consumo social, psicológico, comunitário, mágico-imediato para ser acionado como solução para as questiúnculas desta existência. “Jesus” é uma massa energética de natureza psico-religiosa, que dá às pessoas a magia necessária para que não vivam sem crença, o que para muitos é algo indispensável.

Essa foi uma crença comum no primeiro século, quando havia uma horda de falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, profetas e mestres . Todos afirmavam um Cristo à feitura do paganismo da época, e que se relacionava com os homens dependendo da generosidade deles para com esses “seus” supostos “representantes”. Mesmo na tentativa de confinar a esperança somente a esta existência, esse não seria o “produto” do Evangelho, que propõe frutificar ainda que a videira não floresça. O contentamento em qualquer circunstância, produzido pela Palavra, é o poder de Deus que não se transforma em mercadoria.

Sim, a tal declaração de Paulo sobre os cristãos se tornarem os mais infelizes de todos os seres humanos tem um contexto muito claro. De fato, o apóstolo estava lidando com uma comunidade perdida entre a fé que ouviram dos discípulos de Jesus, os assédios dos cristãos judaizantes (que queriam fazer um mix entre Jesus e Moisés), a sedução dos gnósticos e a volúpia dos milagreiros oportunistas — sempre (e todos) desejosos de cativar o interesse “dos de Corinto” para o seu próprio “mover-movido-de-ganância”.
O fato é que entre tantas loucuras, que iam desde legalismos judaicos tornados obsoletos em Cristo até a submissão burra a tudo o que se dizia em nome de Jesus (não importando se o que se ensinasse fosse o oposto do que Jesus viveu e ensinou), não havia nada diferente do que se tem hoje!

E Paulo prossegue fazendo outras assertivas. Entretanto, a mais forte delas, para a existência presente, é aquela que afirma que a Ressurreição de Jesus é o fator de transcendência sem o qual o espírito humano não tem razão para viver, especialmente depois de ter dito que crê em Cristo. Paulo é claro: Se Cristo não ressuscitou, comamos e bebamos, que amanhã morreremos! Fica tudo sem razão de ser, porque tudo que é na FÉ é em função da esperança de transcender a própria morte!

Desse modo, Paulo revela-nos uma categoria existencial desgraçada, a saber, a daqueles que “crêem em Jesus” como instrumento de manipulação dos destinos DESTA vida, numa esperança oca, tosca e de curta validade que está destituída de reais referências à Segurança Eterna de pertencer a Ele! Assim, se tudo vai bem, o céu desceu à Terra; entretanto, se algo vai mal, é a alma que desce ao Inferno: “Onde foi que eu errei”?

Esse tal “Cristo de Corinto” é como o “Jesus” pregado nos cultos cristãos de hoje! Ora, entre nós, quase que invariavelmente, o que se tem é essa crença num Cristo que é o Despachante dos Crentes que dão ordens a Deus, conforme a diabólica “Teologia da Prosperidade” e seus filhotes confessionais — e que nada mais são que ensino de demônios. Sim, ninguém duvide: A desgraça da Teologia da Prosperidade é que ela transformou os cristãos em discípulos de um “Cristo” que não é Jesus.

É o Cristo da primeira casa, da segunda casa, da casa com piscina, da casa de campo. É o Cristo do primeiro emprego, do melhor emprego, da primeira empresa, das muitas empresas e das vitórias sobre sócios inconvenientes. Esse “Jesus”, além disso tudo, ainda funciona como Cupido em problemas amorosos!

O problema é que a Verdade demanda verdade na pessoa; caso contrário, a própria Verdade a precipitará no abismo de um pânico existencial difuso, mas que se torna angústia inexplicável, um dia, quando ela perceber que poderá até ter tudo, mas não terá NADA.

Esse “Cristo”, que apresenta esperança apenas para esta vida, somente torna a existência muito pior. Como diz Pedro, melhor é viver sem consciência, como um pagão, do que uma vez que se tenha conhecido a Palavra da Verdade, vir a trocá-la pela mentira do “deus-do-imediato”. Esse “Senhor e Salvador” serve apenas para as conquistas perversas e para os ganhos malandros e mágicos, conforme entre nós se vê sendo pregado!

Esse “Cristo” é o diabo! – Creiam-me! Porque quando um filho morre, desse “Cristo” não se tem consolo; quando o marido se vai, “Dele” não se tem carinho, só culpa; quando um parente adoece e não é curado, “Dele” só se tem juízo contra aquele que, pela fé, não conseguiu a cura; e quando se peca feio, “Dele” não se tem perdão, mas apenas uma longa e infindável penitência. E tudo isso tendo em vista não perder as conquistas materiais ou amorosas obtidas até então. Diz-se que se “volta para o final da fila”!

Todos os líderes desse “Cristo” só são fortes e veementes quando a vida não demanda a paz que excede a todo entendimento; do contrário, morrem de angústia.
Todos os líderes desse “Cristo” têm um medo desgraçado de morrer. Sim. Eles temem terrivelmente a morte, pois sabem que terão de prestar contas de suas perversões contra a verdade.

Sim! Eles não têm a esperança da Glória de Deus, não são filhos da Eternidade, não celebram a ressurreição como Esperança e nem tampouco aguardam novo Céu e nova Terra nos quais habita justiça. O céu Deles é a prosperidade do mundo!

Quem tiver dúvidas acerca do que digo, aguarde e verá que esse irremediável déficit de esperança induzirá a grande angústia, que tomará tais cristãos em pouco tempo, quando caírem as últimas máscaras.

Então, haverá muita gente se entregando ao Nada, ao Vazio, à Promiscuidade, ao Medo, ao Pânico, à Depressão, e ao Cinismo!

Falar-se de Cristo, mas só ter esperança para esta vida é algo muito pior do que ser ateu. Sim! Bem-aventurados os ateus, pois, honestamente não criaram um “Cristo-Mercadoria”. A alma destes está sob melhores cuidados espirituais do que a daqueles.

A tais “cristãos”, Pedro diz: “Melhor lhes teria sido jamais terem dito que conheceram o caminho da verdade”!

Veja a “questão evangélica”. Em décadas passadas, ainda era possível ser Evangélico entre os “evangélicos”, pois, de fato, o fenômeno ainda era somente o da existência de sementes das perversões que vieram a corromper quase que por completo o “meio evangélico”. A coisa ficou muito mais feia ainda!

Todavia, há algo acontecendo. Sim! Nem tanto porque as pessoas estejam, pela Palavra, entregando-se à Verdade, mas, sobretudo, porque estão sendo espancadas pela verdade das práticas abusadas desses “ambientes da Fé”, e então, já não conseguem mais dar tanto crédito à mentira desavergonhada. Uma hora cansa! Portanto, tais pessoas (e são milhões aqui no Brasil) estão vazias, e, de algum modo, estão se tornando cínicas...

É claro que todos os dias há desesperados entrando no engano. Ora, se eles vão à Macumba, não têm por que resistir ao convite para enriquecer rápido num “Templo Lotérico Maior” qualquer ou em alguma de suas “agências lotéricas” espalhadas por todo o país. Isso sem falar nas “Casas de Câmbio” que aplicam em menor escala o jogo que tão bem aprenderam com os inventores das regras.

Entretanto, os discípulos desse Evangelho “David-Cooperfieldiano” estão perdidos e sem saber o que buscar.

O estrago que é feito em razão de alguma falência aqui ou ali, por mais forte que seja, não necessariamente os empurra para fora da fé. Mas a perversão sistêmica, virulenta, constante, diuturna e midiática contra o espírito do Evangelho tem o poder de anestesiar a alma de milhões. É o que aconteceu entre nós, tornando o Evangelho o “evangelho” do dinheiro, da insinceridade e do abuso de poder.

O resultado é esse que todos podem ver!

Uma imensa horda de fiéis está deixando de ir às “igrejas”, e, enquanto isso, tomados pelo vazio ou pela descrença, dizem que são de Jesus, mas, cada vez mais, vão vivendo com raiva de “Deus”, pois transferem o engano dos homens para a conta divina.

E, interiormente, com ou sem palavras, dizem: “Deus às favas! De que me adiantou? Só perdi tempo. Fui enganado!”

Assim, por tal decepção e segundo os milhares de cartas recebidas, há “evangélicos” “tirando o atraso” em casas de swing, em casos extraconjugais, viajando a esmo pela Internet, vivendo em chats cheios de “evangélicos” desejosos de “soltar a franga”... Também estão em todos os esquemas de lavagem de dinheiro, de exploração ilegal de madeira e do meio ambiente, de contravenções e de trapaças políticas.

O que está acontecendo com a alma dos discípulos de Jesus hoje?

Ora, o que antes era orgulho, arrogância e surto de superioridade, agora se transformou em indiferença impressionante, em cinismo equivalente, e em mornidão incomparável.

Quem, todavia, for discípulo de Jesus, por mais chocado que fique com esse retrocesso “evangélico” à Idade das Trevas, não desanimará, e nem se tornará cínico. Ao contrário, não perderá mais tempo com o que já morreu, deixando que os mortos se ocupem de tal funeral, e, enquanto isso, olhará para cima, exultará no Espírito e sairá para pregar e viver o Evangelho. Fará de todo banco um púlpito, de cada esquina uma Catedral, de cada mesa um encontro de alegria com a Boa Nova e de todo relacionamento humano uma chance de comunhão fraterna ou de anúncio bondoso da Graça de Deus.

Ao contrário de ser uma palavra de denúncia, esta é uma palavra de ânimo e de consolação.

Portanto, volte a ler os evangelhos e a meditar na Palavra. E não se esconda. Do jeito que as coisas estão, a maioria dos que desejam ser do Evangelho precisam romper com os dogmas de morte e juízo proclamados por aqueles que profanaram o sangue da Nova Aliança, que pisaram sobre a Cruz de Cristo e transformaram a pregação da fé em negócio... Um “bom negócio”!

É para esses tais “cristãos”, que se flagraram sob a condição existencial da desesperança e do cinismo que impermeabiliza o coração como proteção, que escrevemos este texto. A Doce Revolução é para vocês!

É também para os “meninos da fé” que estão com o coração todo depositado genuinamente na busca de Deus, sendo, todavia, levados como ondas para lá e para cá, por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que induzem ao erro com astúcia. Sim, é para os que estão confusos, por que:

1) Pensam que se algum milagre acontece é por poder do milagreiro, não levando em consideração os magos do faraó (que também sabiam fazer varas se transformarem em serpentes) e não levando a sério Mateus 7:16-24, onde Jesus diz que milagres, curas e exorcismos acontecem pelo Seu nome apesar do milagreiro ser um “desconhecido” para o próprio Jesus.

2) Pensam que a Unidade no Corpo de Cristo é um acordo mafioso de silêncio ante o que é mau e que nega o espírito do Evangelho, engolindo blasfêmias cometidas pela manipulação-em-proveito-próprio do nome de Deus contra o povo, como se Deus fizesse parte de alguma corporação ou quadrilha. Daí a neutralidade, a passividade e a cumplicidade que obscurecem o entendimento.

3) Pensam também que tudo o que é falado atrás de um púlpito vira Palavra de Deus oriunda de um “ungido” intocável que transforma qualquer frase de efeito em oráculo . E depois combatem a “mesa branca dos espíritas” quando, de fato, eles são o povo do “púlpito branco”, que é um espiritismo sem transe, mas cheio do transe da arrogância e interpretações bíblicas “convenientes”.

Tudo isso porque, de fato, tal meninice religiosa se revela, principalmente em não se saber fazer distinção entre o nome “Jesus” e a Pessoa de Jesus, o que faz com que celebrem um “Nome” que não tem correspondência com a Personalidade que o possui, com Seu ensino e com Sua prática, conforme as narrativas dos evangelhos.

A esses irmãos, pedimos que considerem a bênção de simplesmente... pensar.

Caio Fabio

Doutrina e Vida

Doutrina e Vida
Paulo disse para Timóteo ter cuidado da doutrina e da vida. A doutrina é a base da vida e a vida consequência da doutrina. Doutrina sem vida desemboca em legalismo religioso; vida sem doutrina deságua em relativismo moral. A igreja não pode separar o que Deus uniu. Precisamos avançar na vida espiritual mantendo sempre o binômio doutrina e vida.
Precisamos ter zelo pela doutrina. Precisamos conhecê-la, amá-la, subscrevê-la e proclamá-la. Precisamos dar razão da esperança que há em nós. Uma igreja que fecha as portas para o conhecimento da verdade, abre seus portais para toda sorte de novidades estranhas e perigosas. Uma igreja que desconhece os fundamentos da sua fé, torna-se vulnerável e presa fácil das aleivosas heresias que assaltam os incautos. O povo de Deus, muitas vezes, perece por falta de conhecimento. Desprezar o conhecimento é a mais consumada loucura, o passaporte certo para a derrota espiritual.
É bem verdade que muitos pregadores, embalados pelos ventos do engano, desprezam a sã doutrina e se embrenham nas experiências mais arrebatadoras, para compensar sua superficialidade espiritual e sua ignorância doutrinária. Esses pseudo-espirituais dizem que doutrina é coisa de homens e que ela divide mais do que une. Precisamos rechaçar essa posição com veemência, afirmando em alto e bom som que não existe unidade verdadeira fora da verdade. Se não edificarmos sobre o fundamento construíremos para o desastre.
Com a mesma intensidade com que defendemos a sã doutrina precisamos também erguer o estandarte de uma vida santa e piedosa. Assim como a fé sem obras é morta, a doutrina sem vida é inútil. O conhecimento que não gera vida é estéril. A verdade precisa atingir nosso cérebro, quebrantar nosso coração e mover nossa vontade na direção de uma vida digna de Deus. Há muitas pessoas que têm doutrina, mas não têm vida; têm conhecimento, mas não piedade; têm informação, mas não transformação.
Chegou o tempo de unirmos aquilo que nunca deveria ter sido separado. Doutrina e vida são irmãs gêmeas, nascidas do mesmo ventre; são afluentes que se unem para percorrer o mesmo leito.
Concluo dizendo que precisa existir um claro equilíbrio entre doutrina e vida. Quando nossa ênfase recai na doutrina em detrimento da vida, a igreja se torna fria, legalista e sem o vigor da graça. Por outro lado, quando a igreja carrega a mão na ênfase à vida em detrimento da doutrina torna-se superficial, rasa e sem consistência. A bem da verdade, precisamos alertar que a doutrina precede a vida e é sua base. Não é a doutrina que decorre da vida, mas esta daquela. Da mesma forma não é a emoção que produz o conhecimento, mas é o conhecimento que leva à emoção. A doutrina não pode ser um fim em si mesma. Estudamo-la com o propósito de conhecer a verdade e essa verdade precisa ser transformadora.
Rev. Hernandes Dias Lopes

Não quero o mundo dos ateus!

Pobres ateus!por Ariovaldo Ramos


Disseram-me que o ateísmo está crescendo.
Fiquei a pensar... Quem quer o mundo oco e solitário dos ateus?
Não eu!
Eu quero o mundo povoado dos cristãos, dos judeus, dos muçulmanos, dos animistas...
Quero um mundo onde a gente não esteja só.
Um mundo com anjos de pé e caídos.
De entidades, de elfos, de mística, de mágica, de mistérios...
Quero o mundo onde os tambores invoquem.
Onde a multidão de línguas estranhas dos pentecostais façam os seres da escuridão retroceder.
Quero o mundo que produziu Beethoven que, surdo, dizia ouvir a música que Deus queria escutar, a quem aplaudiu na nona.
Que produziu Shakespeare, que disse que havia mais entre o céu e a terra, do que supõe a nossa vã filosofia, e que valia morrer por amor.
Que desafiou Mozart a zombar de Deus enquanto, qual o profeta Balaão, só conseguia emitir os sons que boca de Deus entoa!
Quero o encanto catártico de Haendell gritando ALELUIA! de forma arrebatadora!
A beleza de Bach nos fazendo ver a paz da Família Eterna.
Quero mundo das lindas e majestosas catedrais e dos pregadores das praças, das esquinas, dos caminhos...
Da riqueza sonora profunda dos cantos gregorianos e dos vociferantes pregadores: convocando os homens a mudar e o Espírito Santo a se levantar contra o mal.
Quero o mundo que faça um ser humano, diante a pior das borrascas, ver o seu salvador andando sobre o mar, anunciando a possibilidade.
Aquele em que o guerreiro, diante da incerteza, se ajoelha perante o Eterno e se levanta com um brilho nos olhos, certo de que tem uma missão, um motivo para brandir a espada, porque se há de correr o sangue humano, tem de haver uma razão, que dando significado a vida o faça não temer a morte.
Um mundo de poetas e romancistas, que fazem a morte gerar vida, que contam histórias porque, em meio ao mais insano, há algo para contar, e se há o que contar, então significa; e se há como contar, então há um significante anterior, de modo que, por mais que cada leitor possa, de alguma maneira, reinventar, ninguém consegue negar que leu e, se leu, podia ser lido.
Quero a fé que faz uma menina entrar numa das melhores faculdades do pais, sonhando que, um dia, tudo o que sabe ajudará um ser desprovido de tudo, num dos miseráveis cantões do planeta, a sorrir com esperança!
Quero a loucura dos missionários que abandonam tudo no presente, certos de que levarão milhares a viver o futuro.
Quem quer o socialismo frio do ateus?
Eu quero o socialismo dos crentes que, em meio à marcha dos trabalhadores e, diante do impasse do confronto com as forças do estabelecido, grita ao megafone: companheiros, avancemos! Deus está do nosso lado!
Da ciência não quero as equações, quero o grito de "Eureka!", onde o cálculo se mistura com a revelação.
Da matemática quero a música, a certeza de que há sons no universo, que não só os podemos cantar, mas que há quem nos ouve.
Que ouviremos a grande e última trombeta, que reunirá toda a criação para o canto da redenção.
Eu não quero capitalismo nenhum, mas prefiro o dos seres humanos que acreditavam que o trabalho é um culto ao Criador e que o seu produto tinha de gerar um mercado a serviço do bem.
Quem quer o capitalismo consumista dos ateus, que reduz a vida ao aqui e agora, e transforma todos em desesperados que, pensando que não sobrará para eles, correm para acumular para o nada?
Os ateus dizem que evoluímos, mas que não vamos para lugar nenhum; que a ciência pode tudo; que verdade é a palavra dos vencedores; que os mais fortes sobreviverão, e que é o direito natural deles.
Não! Mil vezes não!
Quero o mundo onde os fracos tenham direito ao Reino; onde os mansos herdarão a terra; onde os que choram serão consolados; onde os que têm fome e sede de justiça serão fartos; onde os que crêem na justiça estejam prontos a morrer por ela; onde os mortos ressuscitarão.
Quem quer um mundo explicado, onde tudo é virtude ou falha de um neuro-transmissor qualquer?
Quero um mundo onde a fé , o amor e a paixão curem, mudem histórias e construam caminhos! Onde os artistas tenham o que registrar!
Um mundo onde o sol nasça e se ponha, onde as estrelas, polvilhando o infinito, apontem um caminho, falem da esperança de uma grande e decisiva família, e que qualquer ser humano ao ver isso, não se envergonhe de falar: maravilha! Um Deus fez isto!
Mas não quero a teologia técnica...
Quero o Deus apaixonado dos cristãos, que abandona sua Glória e se faz gente, trazendo a divindade para a humanidade e, ressuscitado, ao voltar, leva a humanidade para a divindade!
Quero o Deus inquieto de Israel, o pai dos judeus, com quem é possível lutar.
Quero do Deus que se permite ser detido por um Jacó.
Quero o Deus chorão de Jesus de Nazaré, que mesmo a gente tendo brigado com Ele, nunca conseguiu brigar conosco.
O Deus Pai, Mãe e Filho que repartiu conosco o privilégio de ser!
Quero o mundo do medo do desconhecido, e do maravilhar-se com o desconhecido: o mundo do encanto.
Como disse o pai da filosofia moderna, o que se descobre ser ao pensar, precisa de um mundo para aterrissar, precisa que haja alguém que faça pensar valer a pena, alguém que, ao fim, é da onde se pensa, e se ele não existe, então nada existe, porque o que pensa não tem como pensar a partir de si.
Quero o mundo que ri da finitude; que desdenha das limitações; que resiste ao sofrimento; que olha para o infinito sabendo que nossa existência não é determinada pela morte ou por nossas impossibilidades; que não somos frutos de um acidente.
Quero mundo que se sustenta na fé de que ressuscitaremos, de que brilharemos como o sol ao meio dia; de que vale a pena lutar pelo bem; de que vale a pena existir!