terça-feira, 1 de setembro de 2009

O que fazer quando não se sabe o que fazer

O QUE FAZER QUANDO NÃO SE SABE O QUE FAZER


O rei Josafá está encurralado por adversários medonhos e insolentes. Uma grande multidão, fortemente armada estava pronta para atacar Jerusalém. Não dava tempo para reagir nem Josafá tinha recursos para resistir àquele aparato militar que pretendia varrer Jerusalém do mapa. Ao saber da tragédia, humanamente irremediável, Josafá teve medo e pôs-se a buscar o Senhor, convocando a nação para orar e jejuar. Em sua oração, o rei disse: "Ah! Nosso Deus, acaso, não executarás tu o teu julgamento contra eles? Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti" (2Cr 20.12). Diante da situação tão desesperadora, Josafá admite sua incapacidade; reconhece que não sabe o que fazer, mas põe os seus olhos em Deus. Desse episódio podemos tirar quatro lições:

1. Quando você não souber o que fazer, busque a Deus em oração e jejum (2Cr 20.3) - Há momentos em que os problemas vêm sobre nós como uma torrente caudalosa, como uma avalanche avassaladora, como um terremoto assustador. Nessas horas, nossos recursos são absolutamente insuficientes para enfrentarmos a situação e nada podemos fazer senão recorrermos ao Deus do céu, e clamar por sua ajuda e socorro. A oração e o jejum são recursos sobrenaturais, são armas espirituais à disposição do povo de Deus. Quando agimos por nossa própria destreza e fiados em nossos próprios recursos, ficamos sujeitos a derrotas acachapantes. Mas, quando buscamos a Deus em oração e nos humilhamos sob sua onipotente mão, então, seu braço onipotente sai em nossa defesa e nos concede vitória.

2. Quando você não souber o que fazer, confie nas promessas de Deus (2Cr 20.4-12) - Não basta orar, precisamos orar como convém. Não basta pedir, precisamos conhecer aquele a quem pedimos. Josafá reconhece que Deus é o soberano Senhor nos céus e domina sobre todos os reinos da terra. Ele ora consciente de que nas mãos de Deus estão toda força e poder e não há quem lhe possa resistir. Quando compreendemos a grandeza de Deus, nossos grandes problemas se apequenam. Mas, Josafá deu um passo além em sua oração: ele fulcrou sua súplica nas promessas de Deus. Ao mesmo tempo em que buscou a Deus em oração, abriu as Escrituras para orar e fundamentar sua petição no alicerce firme das promessas de Deus. Oramos com eficácia quando ancoramos nossas petições nas promessas daquele que tem zelo pela sua Palavra e fidelidade em cumpri-la.

3. Quando você não souber o que fazer, ouça e obedeça a Palavra de Deus (2Cr 20.13-19) - Quando todos os homens, mulheres e crianças se reuniram para falar com Deus em oração, Deus se manifestou e falou com eles, trazendo-lhes sua Palavra. Por intermédio da oração falamos com Deus; por meio da Palavra Deus fala conosco. A Palavra divina que veio ao povo encorajou-o a não olhar para as circunstâncias e não temer as ameaças do inimigo. Deus lhes acalmou o coração dizendo que pelejaria por eles e lhes daria a vitória. A Palavra gerou fé no coração deles e tirou seus olhos do problema para colocá-los no Deus que está acima e no controle da situação.

4. Quando você não souber o que fazer, louve a Deus com confiança (2Cr 20.20-30) - Quando o povo ouviu a voz de Deus, o medo foi substituído pelo louvor. Eles enfrentaram os exércitos inimigos não com armas carnais, mas com louvor. Eles não louvaram depois que o inimigo foi derrotado; louvaram para derrotar o inimigo. O louvor não é apenas conseqüência da vitória, mas é a causa da vitória. "Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o Senhor emboscada contra os filhos de Amom e de Moabe e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados" (2Cr 20.22). O louvor é o brado de triunfo dos filhos de Deus no campo de batalha. Quando os problemas parecerem insolúveis, faça o que fez Josafá: ore, jejue, obedeça, e louve ao Senhor, e o inimigo será desbaratado.

Rev. Hernandes Dias Lopes

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

COMO AMAR O INIMIGO?

COMO AMAR O INIMIGO?Sabemos que todo mundo fala de amor. Filmes, histórias, poesia, música e livros são alguns exemplos das publicações do amor. E ainda sabemos que em todo relacionamento buscamos amar e ser amados. A família, o casamento, a amizade e as diversas parcerias da vida são cenários das relações de amor. Porém, são nesses mesmos contextos que surgem as maiores crises de relacionamento: ofensas, intrigas, inimizade, separação e clicos de vingança etc. Diante do desejo de amar e da crise dos relacionamentos, a quem eu devo amar? Essa foi a pergunta feita a Jesus pelo perito da lei (Lc 10:29). Ele pensou: Se devo amar o meu próximo, quem é o meu próximo? A quem eu devo amar? Jesus responde a essa pergunta contando a história de dois inimigos de raça, cultura e crenças diferentes que se encontram no caminho da vida. Um deles salva o que estava quase morto pedindo socorro, doando tudo o que tem de melhor para o seu inimigo. Nessa história, Jesus ensina que o próximo pode ser também o inimigo. Isso nos lembra Jesus dizendo: “amai os vossos inimigos” (Mt 5:44). Diante disso, alguém já perguntou: Como eu posso amar o inimigo? Se amá-lo, vou ser descaradamente falso. Esse dilema surge porque temos idéias estranhas sobre o amor. Primeiro temos que pensar sobre os vários significados da palavra amor. Diferentemente da língua portuguesa, o grego apresenta pelo menos 3 palavras para o amor: Phileo é o amor da amizade. Eros é o apaixonado amor entre homem e mulher. E o amor Ágape é o amor divino, resistente, eterno. Phileo e Eros são sentimentos conquistados por merecimento; já o ágape é decisão de amar imerecidamente sem trocas ou reciprocidade. Jesus nos ordenou a exercitar o amor ágape nos relacionamentos quando disse: “Novo mandamento vos dou: que vos amei uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros”. (Jo 13:34). Podemos destacar aqui a lição de que devemos amar uns aos outros com o mesmo modelo, padrão e exemplo do amor de Jesus. Assim, devemos olhar para Jesus e saber como ele amou uns aos outros. Olhando para a vida de Jesus podemos aprender pelo menos 3 lições sobre o significado do amor em nossos relacionamentos:1. O amor ágape é muito mais do que gostar de alguém. Amar é diferente de gostar. Devemos amar todo mundo. Isso não significa que devemos gostar de todo mundo. Nós gostamos de algumas pessoas e não gostamos de outras. Mas devemos amar todas as pessoas, inclusive aquelas de quem não gostamos. Você não precisa gostar para amar. Deve inclusive amar sem gostar. Jesus não gostava de seus inimigos religiosos e políticos, porém, amou todos eles. Isso significa que amar não é gostar do inimigo ou ter afinidade com ele. Isso implica que amar não impede de denunciar a injustiça, protestar contra a maldade, reinvidicar os direitos humanos nem disciplinar quem erra. Vemos que Jesus não demonstrou seu amor fazendo serenatas de saudades para os religiosos fariseus, nem escreveu cartas de amor para os ladrões do templo, nem fez homenagens para Herodes. Mas Jesus amou todos eles, inclusive, ao ponto de denunciar o pecado deles e dar sua própria vida para salvá-los. Enfim, Jesus amou seus inimigos, mas não gostou deles, não aprovou seus erros nem se alegrou com as injustiças deles (I Co 13:6).2. O amor ágape ultrapassa a convivência íntima. Amar não é necessariamente conviver intimamente com todas as pessoas em todo o tempo e transformar sua casa na “casa da mãe joana”. Aprendemos nos evangelhos que o amor de Jesus respeitava fronteiras e limites de convivência. Jesus vivia distante de seus inimigos religiosos e políticos, era mais formal com a multidão, porém mais próximo dos 70, mais chegado dos 12, mais ligado a 3 (Pedro, Tiago e João) e mais íntimo de um (João – quem encostou a cabeça sobre os ombros de Jesus). Isso significa que não é necessário conviver intimamente com certas pessoas para amá-las. Acredito que existem relacionamentos que devem promover amor numa convivência à distância. Não vemos Jesus comendo pizza com os fariseus, nem indo ao shopping com herodes, nem passeando na praça com os soldados romanos; pelo contrário, Jesus fugia deles. Isso nos diz que Jesus convivia separado de seus inimigos; porém os amou mesmo a distância, a tal ponto de dar a sua vida para realizar a reconciliação pelo seu sacrifício na cruz. Assim, Jesus mandou amar os inimigos e não ter intimidade com eles. Fuja dos inimigos que vos perseguem, porém os ame de longe. 3. O amor ágape é incondicionado a roupa social, cultura e religiosa. O olhar de Jesus despia a personagem que todos vestiam para olhar o ser humano que cada pessoa é. Ele não enxergava apenas uma adúltera ou prostituta, mas uma mulher carente de amor. Jesus não enxergava apenas um pobre, ou um leproso ou um endemoniado, mas um ser humano carente, doente e oprimido. Jesus não enxergava impressionado apenas o glamour dos cargos políticos nem o status social e religioso dos fariseus, mas ele enxergava um ser humano perdido e morto em seus pecados. Jesus não enxergava apenas um rico, corrupto, cobrador de impostos, traidor e ladrão como Zaqueu, mas enxergava um homem pobre de espírito, com o coração vazio e carente da maior riqueza do mundo, o amor de Deus. Jesus não enxergava apenas o seu inimigo ofendendo, perseguindo e traindo; mas ele enxergava um ser humano doente no caixão do seu egoísmo. Assim, Jesus amou o ser humano despido de sua roupa social, cultural e religiosa. Isso significa que devemos amar o inimigo, porque antes de ser um inimigo, ele é um ser humano. Por isso, podemos amar o inimigo como Jesus amou.As palavras e a vida de Jesus ecoam nas palavras de Paulo, apóstolo, que diz: “O amor seja sem hipocrisia...Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,...abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis...se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber, porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer o mal, mas vence o mal com o bem”. (Rm 12: 9a, 15, 20 e 21). Assim, podemos concluir que amar não é sentimento, intimidade nem tratamento condicionado à personalidade, mas amar é dar tudo o que somos e tudo o que temos em favor do bem da pessoa amada; mesmo que seja o teu inimigo, mesmo que seja dar aquilo que a pessoa não deseja, mas precise para gerar transformação e vida. Lute e vença o mal do ciclo vicioso e ininterrupto da vingança e do ódio com o bem do amor.
Em Cristo, o amor encarnado pelos seus inimigos.

Jairo Filho - www.jjairofilho.blogspot.com

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

MISERICÓDIA QUERO E NÃO HOLOCAUSTOS!

MISERICÓRDIA QUERO E NÃO HOLOCAUSTOS!

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
Jo 13:35

O que tenho feito pelo Evangelho? A minha vida tem servido de padrão referencial para os que não crêem? As críticas que tenho tecido à igreja atual, aos ministérios que se proliferam pelo mundo, aos líderes que alcançaram certa proeminência e glamour, aos irmãos que freqüentam a mesma comunidade que eu e às pessoas marginalizadas da sociedade, têm sido críticas que trazem no seu bojo o amor e a misericórdia?
Essas perguntas chegaram ao meu coração após eu ter lido um texto cheio de bílis e fel de um certo “Bereano”. Em um primeiro momento concordei com ele e até vibrei com sua ousadia em escrever uma crítica tão ácida sobre alguns muitos exageros que têm sido cometidos em nome do Evangelho. Seu veneno foi derramado sobre figuras conhecidas da igreja brasileira, e, apesar de concordar em alguns pontos, me vi depois entristecido com a falta de amor com que a crítica foi feita.
Jesus não nos disse que o que nos tornaria conhecidos como discípulos dEle seria a denominação à qual pertenceríamos, o movimento que acompanharíamos, se creríamos ou não na contemporaneidade dos dons, se seríamos adoradores “extravagantes” ou serenos, se seguiríamos esse ou aquele líder, se nos organizaríamos em células ou em congregações, ou se seríamos tradicionais, pentecostais, renovados ou carismáticos. Ele nos diz que seríamos conhecidos como seus discípulos se nos amássemos uns aos outros. O mandamento que Ele nos deixou foi que nos amássemos assim como Ele nos amou (Jo 13:34). Se observarmos com atenção o que está escrito nos Evangelhos, perceberemos como temos agido contrariamente a este mandamento.
Deveríamos nos sentir constrangidos por agir como temos agido, por criticar como temos criticado. Se procurarmos ser sinceros, veremos que nossas opiniões, nossas críticas, têm sido motivadas por partidarismos, por arrogância, por zelo excessivo divorciado da misericórdia, por orgulho e, principalmente, por falta de amor pelo próximo. Já foi dito que o exército de Deus é o único exército em que os soldados atiram em seus próprios companheiros. Isso é uma verdade! Basta ver a proliferação de textos que circulam na internet (e este é mais um!) onde a preocupação está mais em denegrir a imagem de um líder ou de uma igreja do que de pregar a Salvação em Cristo.
Não fomos postos nesse mundo como juízes! Não temos o direito de julgar a ninguém, muito menos de condenar, essa é uma prerrogativa exclusivamente divina! Nenhum de nós tem autoridade para atirar a primeira pedra!
Se for assim, você me pergunta, vamos deixar tudo ao Laissez faire, ao vai do jeito que quiser? NÃO, ABSOLUTAMENTE, NÃO! Paulo diz: “Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros.”(Rm 15:14). Ora, já que estamos cheios de bondade, devemos utilizá-la na admoestação àqueles que têm se equivocado, que têm cometido exageros, que têm pecado e usado o Evangelho em proveito próprio. Não podemos esquecer o que Jesus disse aos fariseus:“Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” (Mt 9:12 e 13). É nossa obrigação, como servos do Senhor, zelar pela manutenção da doutrina bíblica, exortar e admoestar aqueles que não se conformam a ela ou procuram deformá-la e adaptá-la aos seus interesses, mas devemos fazer isso única e exclusivamente motivados pelo amor e pela bondade.
Às vezes o zelo pela doutrina, pela tradição, pela obra, torna-se um zelo como o dos judeus da época de Paulo: “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.”(Rm 10:2). Nos consumimos em ataques uns aos outros, nos arrogamos a detenção da verdadeira interpretação da Bíblia, desprezamos aqueles que pensam diferente de nós, achamos “ridículo” a forma como alguns irmãos se portam na adoração, criticamos o estilo de música que está em moda no meio evangélico, taxamos de heresia tudo o que é diferente daquilo que aprendemos (e muitas vezes nem fomos à Bíblia para conferir se estava certo), e esquecemos o amor e a misericórdia na hora da exortação, da disciplina, da admoestação.
Amados, não podemos agir como quem não tem conhecimento. Lembremos do que Paulo nos orienta: “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros, em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Ef 4:1-3. Vamos ser mais amorosos em nossas críticas, vamos abandonar o orgulho e parar de destilar nosso veneno contra a vida daqueles que consideramos estar equivocados em sua caminhada cristã.
Esse texto é dirigido primeiramente a mim, pois tenho visto que preciso aprender o que significa “misericórdia quero e não holocaustos”. Se você que o lê se sente como eu, reflita bastante no que foi dito, e vamos construir uma geração amorosa, vamos ser conhecidos como discípulos de Cristo.
No Amor de Cristo,
Gustavo Fraga Alvares

sábado, 1 de agosto de 2009

MEU CÉU

Quando o meu céu escurece
E a neblina cai sobre
O meu caminho
Como cega vou andando!

Cheia de medo...
Caminhando de mansinho
Pisando nos espinhos
E nos buracos.

Vou tropeçando
Mas nunca chego a cair.
Logo lembro do meu Deus!
Ele me Diz:
No céuAbrirei uma janela.

Então me alegro porque verei o azul
E uma grande chuva de bênçãos
Cairá sobre mim.

No meu caminho
Verei uma imensa luz
E sobre a relva andarei.

Não temerei porque ele está comigo.
Ele me diz:
Não temas, eu te ajudo.
E nessa fé vou caminhando.

Terezinha C. Werson

CRESCIMENTO IDEAL DA VIDA CRISTÃ

"Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade" (2 Pedro 3.18).

Ninguém nasce completo e com grande estatura no âmbito físico ou espiritual. E o crescimento que não obedece ao curso natural de leis e princípios que o regem gera anomalias e deformidades. Seguindo este raciocínio, no mundo espiritual, ou o cristão cresce, ou fica medíocre, pois os pilares da vida cristã precisam ser exercitados dia a dia até chegar a um nível de crescimento ideal. Esses pilares são eles: a fé (Romanos 1.17), o conhecimento (Oséias 6.3), a graça (2 Pedro 3.16-18), a santificação (Hebreus 12.14) e as experiências espirituais (2 Coríntios 3.18).Sabendo disso, atente para o fato de que é necessário crescer de maneira uniforme, tanto na graça como no conhecimento, senão o cristão será vítima da heresia e da ignorância espiritual. Assim, alguns crescem na graça, mas não no conhecimento, e permanecem meninos, pois não estudam a Palavra. Os anos passam, e eles continuam sendo novos convertidos que não sabem discernir a voz de Deus e a dos homens, nem a emoção e o poder espiritual.Há também os cristãos que progridem no conhecimento, mas não na graça. Eles racionalizam tudo e não têm experiências espirituais. São como os fariseus descritos em Mateus 23: estão cheios de conhecimento sobre as leis espirituais, mas não procedem com amor.Há dentro da Igreja um terceiro tipo de cristão: o fraco, que não progride nem na graça nem no conhecimento (1 Coríntios 7-10). Ele é facilmente influenciado pelos demais e fica escandalizado com qualquer coisa, sendo considerado enfermo na fé (Romanos 14.1). Ele tem de crescer e amadurecer proporcional e progressivamente na fé, a fim de alcançar a estatura de Cristo, ser uma testemunha poderosa do amor e do poder de Deus e dar frutos para o Reino de Deus.Quem deseja crescer na graça e no conhecimento de Deus, precisa ter algumas atitudes fundamentais, entre as quais destaco:(1) Buscar o Reino de Deus em primeiro lugar. O que apóstolo Paulo, em Colossenses 3.1,2, ensinou: Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra. (2) Ter vontade de aprender e paciência. Infelizmente, existe gente que mal se converte e, dois anos depois, já é consagrado pastor. Está errado! Para que o recém-convertido possa desenvolver a fé com solidez, deve primeiro participar dos cultos, ouvir as pregações e freqüentar a Escola Dominical. Assim, entenderá a autoridade espiritual, o plano da salvação e as doutrinas básicas, conseguirá praticar os ensinamentos da Palavra de Deus até atingir certo grau de maturidade espiritual. (3) Estudar a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo estudava as Escrituras meditando, refletindo, pensando e analisando a profundidade dos princípios e das profecias, a fim de conhecer melhor Deus e seu plano de salvação para a humanidade (2 Timóteo 4.13). Peça para o Espírito Santo iluminar sua mente e ajudá-lo a compreender a Palavra de Deus.(4) Desenvolver um relacionamento pessoal com Deus. Daniel orava três vezes ao dia, porque ele queria ter intimidade com Deus (Daniel 6.10). Se você não dobrar o joelho para adorar e clamar a Deus, lançando sobre Ele toda a ansiedade e compartilhando suas preocupações e fraquezas, não alcançará o crescimento ideal na vida cristã nem intimidade com Deus. O crente que ora, lê a Palavra e medita sobre ela, aprende a ouvir a voz de Deus, tem discernimento espiritual, direção e vive triunfantemente com Cristo viveu.(5) Viver em comunhão com a Igreja. É importante ter comunhão com o Corpo de Cristo, que é um conjunto de membros interdependentes (Romanos 12.4-10; Colossenses 3.13). O cristão que fica isolado do Corpo não cresce com ele e morre espiritualmente. (6) Ser perseverante e ativo na obra de Deus. O cristão que vive conforme os princípios que Deus estabeleceu em Sua Palavra, obedece a Deus e cresce na graça e no conhecimento do Senhor. Esse cristão ama, perdoa, foge da sua carne, evita pecado, dá dízimo e oferta, evangeliza e exerce a mordomia cristã, alcançando, assim, o amadurecimento na vida espiritual e produzindo frutos que glorificam a Deus e engrandecem Seu Reino (Mateus 7.24,25).
Pr. Silas Malafaia

OU É O EVANGELHO OU É DOENÇA!

O cristianismo está repleto daqueles que conheceram Jesus segundo a carne
Como podemos conhecer Jesus nos evangelhos e, por tal via, confessarmos que O conhecemos pela fé, e, ainda assim, nos deixarmos levar por tantas outras coisas chamadas espirituais que nada têm a ver com Jesus ou com o espírito do Evangelho? Paulo falou de conhecer Jesus no espírito e conhecer Jesus segundo a carne. Ora, conhecer Jesus segundo a carne é conhecer apenas o Jesus-Informação-Histórico-Religiosa. Nos dias de Paulo, essa denúncia também incidia sobre aqueles que se diziam discípulos de Jesus mas viviam na Lei, e não na Graça. Conquanto Jesus seja também uma informação histórica — afinal Ele existiu, e nós não estávamos lá quando isso aconteceu, razão pela qual dependemos completamente das descrições que os evangelhos fazem de Jesus a fim de melhor discernir Seu espírito —, no entanto, o discernimento de Quem Ele era só acontece como revelação de Deus no coração. Do contrário, a pessoa pode até confessar a Jesus como Senhor, mas fazer isso como crença religiosa, e não como o fruto de uma relação de Conhecimento de Jesus. A História do Cristianismo está marcada por aqueles que conheceram Jesus segundo a carne (a maioria quase absoluta) e aqueles que O conheceram segundo o espírito. Aliás, se fôssemos medir qual dos inimigos do Evangelho mais demandaram energia de Jesus e de Paulo, veríamos que o diabo, o mundo, o império romano e todas as Potestades não estiveram na “pauta dos incômodos” de suas vidas tanto quanto os que conheciam Jesus apenas segundo a carne. Jesus “gastou mais energia” nos encontros com escribas, fariseus, saduceus e autoridades do Templo do que com qualquer outra forma de oposição. Seus suspiros de angústia sempre foram provocados por estes. Já Paulo teve nos “falsos irmãos” e nos “judeus zelosos da lei” seus maiores inimigos. É como combate às heresias que pretendiam relativizar a Graça de Deus que o tema central de suas cartas acontece, ora combatendo o ascetismo religioso de influência grega, que buscava purificação pela abstinência de quase tudo ou pelo conhecimento de supostos mistérios, ora enfrentando as mesmas relativizações da Graça que eram feitas pelo outro pólo, o pólo da Lei, que, se fosse crida como estando ainda vigente, desconstruiria o significado da Cruz de Cristo. A respeito disso Paulo diz que a Lei morreu com Ele na Cruz para que, agora, libertos de nosso antigo e penoso casamento com a Lei, pudéssemos ficar livres para nos casar de novo, agora com a Graça de Deus em Cristo. Desse modo, conhecer Jesus apenas segundo a carne faz de muita gente vampiros sugadores da energia de almas boas. Sim, porque os que mais sugaram o sangue de Paulo foram estes. É esse conhecimento de Jesus segundo a carne, apenas como informação histórica e dogmática, o que mais drena a energia espiritual de quem deveria estar pregando o Reino de Deus, e não sendo sugado pelas sanguessugas da religião. Eu ousaria dizer que talvez 95 por cento do que suga a nossa energia na “causa cristã” nada tem a ver com Jesus segundo o espírito, mas apenas com o Jesus segundo a carne. Ora, isso vai das formalidades e das politicagens dos concílios e das convenções denominacionais e ministeriais até as mais cretinas formas de perversidade praticadas em nome de Jesus, feitas de fofocas, intrigas, intervenções, tiranias, perseguições neuróticas e invenções mirabolantes que tiram a simplicidade do Evangelho, fazendo dele um feioso produto da religião. Conhecer Jesus apenas segundo a carne faz mais mal do que não conhecer Jesus de modo algum. Isso porque nenhuma perversidade é mais chocante do que aquela que se faz em nome de Jesus ou que se torna farisaísmo legalista feito em nome dEle, pois isso introjeta o oposto na alma: o ser-diabo, como Judas, que O conheceu segundo a carne apenas. Paulo um dia conheceu Jesus como informação histórica apenas, e dedicou-se a acabar com Ele na Terra. Resfolegava ódio. Ficou perverso. Torturou. Fez muitos sentirem tanto medo e dor que negaram a própria fé. Paulo foi membro do “DOI COD” dos que apenas conhecem Jesus “de fora”. É que qualquer associação com Jesus que não seja no espírito, como conhecimento relacional, mediante apenas a fé, não tem o poder de fazer bem, embora tenha o poder de fazer o pior mal, que é o Mal de Lúcifer: aquele que vira diabo na presença-não-amada-de-Deus. Sim, eu lhes digo, amigos, sem medo de errar: é melhor que uma pessoa não conheça nada de Jesus e viva solitária e ignorante na beira de um barranco de um rio da África ou do Amazonas do que dizer que conhece Jesus quando apenas conhece a Sua suposta representação: a igreja e seus muitos e muitos ídolos, lugar onde muitas vezes reina a soberba, que foi a condenação do diabo. Sim! É melhor nada saber do que pensar que sabe e, naquele Dia, ouvir o Senhor dizer: “Eu nunca vos conheci”. Conhecer Jesus segundo o espírito é conhecer o espírito do Evangelho, e, no poder e na liberdade no Espírito Santo, experimentar o Evangelho como supremo benefício para a vida. Conhecer Jesus segundo a carne é como olhar para um Objeto do lado de fora, observando-o. Já conhecer Jesus segundo o espírito é como ver “de dentro” da Pessoa dEle. Sim, você passa a ver tudo “de dentro”, não mais “de fora”. E isso só acontece como iluminação dos olhos do coração, os quais só são abertos pela manifestação da Graça, abrindo o entendimento. Do contrário, nem todos os seminários de teologia podem abrir espiritualmente o entendimento de ninguém. Enquanto Deus é visto “de fora” e não “de dentro” dEle, saiba: a pessoa não conheceu ainda o que é "estar em Cristo”. Ora, “estar em Cristo” é de fato estar em Cristo. Daí em diante se vive e se vê “de dentro”, pois, pela mesma razão, se pode também dizer: “Cristo vive em mim!”.
Caio Fábio

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Jesus e as Mulheres

A encarnação de Cristo se dá num contexto histórico extremamente conturbado. Quando Deus se soletra em linguagem humana, o faz numa cultura cheia de particularidades. Entre elas, a situação da mulher era desgraçadamente difícil. Observe o que estudiosos dizem sobre o contexto histórico-cultural, no que tange às mulheres na época de Jesus:
Um homem não deveria entabular conversa alguma com uma mulher na rua, nem mesmo com a sua própria esposa, e, muito menos, com qualquer mulher. Na realidade, os rabinos radicais afirmavam: É preferível queimar a lei do que ensina-la a uma mulher (Strak e Billerbeck in Champlin, 1995).
Alguns rabinos chegavam ao absurdo de afirmarem que as mulheres não possuíam alma. Outros ainda diziam que aqueles que se demorassem conversando com uma mulher por fim herdariam as chamas do inferno. Nas sinagogas, um escravo podia ler as Escrituras; até mesmo uma criança do sexo masculino podia realizá-la desde que fosse capaz, mas jamais as mulheres.
Tais fatos podem ser claramente percebidos em textos bíblicos. Por exemplo, o do Evangelho de João 4 nos mostra Jesus numa conversa com uma mulher samaritana. Percebemos a surpresa da mulher ao ver um mestre judeu se aproximar de uma mulher samaritana e estabelecer um diálogo (v.9). Aqui estava presente o estigma racial, mas também sexista. Adiante os discípulos ao perceberem o que acontecia se admiram de Jesus estar conversando com uma mulher (v. 27).
Entretanto esses paradigmas foram sendo vencidos por Cristo. Jesus jamais se deixou limitar pelas mazelas culturais emburrecidas de seu tempo. Cristo nunca se submeteu aos padrões legais que não priorizassem a vida humana. A quebra destes e outros paradigmas que causavam indignidade e morte foram enfatizadas por Jesus. Porém, quebrar paradigmas não é tão simples e casual. Paradigmas são fronteiras e Cristo enfrentou muitas oposições e embates ao atravessá-las, mas não vacilou ao ultrapassá-las.
Em Cristo percebemos a valorização da mulher. Na vida e obra de Cristo a mulher é valorizada, aceita e acolhida. O Senhor abre as portas da dignidade e permite que as mulheres entrem por ela. Enquanto a sociedade judaica do tempo de Jesus fecha os portões do perdão e da salvação, Cristo abre um caminho: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então lhe disse Jesus: nem eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais (João 8:10-11). E quando é recriminado por uma atitude de acolhimento e perdão, faz da mulher a ilustração de seu ensino ao hipócrita fariseu Simão: E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher?(...) Perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco se ama (Lc. 7: 44-47).
São as mulheres que se tornam exemplos evangélicos de fidelidade. Quando da prisão, crucificação, morte e ressurreição de Cristo, enquanto todos os discípulos deixam a Jesus e fogem (Mt. 26:56), Judas o traí (vv. 47-48) e Pedro o nega (vv. 69-75), estavam ali muitas mulheres, observando de longe: eram as que vinham seguindo a Jesus desde a Galiléia, para o servir; entre elas estavam Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e de José, e a mulher de Zebedeu. (Mt. 27:55-56). E são as mulheres que permanecem diante da sepultura (v. 61) e recebem o anúncio da ressurreição (Mt. 28:5-6) e se tornam suas primeiras testemunhas (vv. 7-10).
Entre outros tantos exemplos vale mencionar que eram as mulheres que prestavam auxílio e suporte financeiro ao ministério de Jesus (Lc. 8:1-3). E que mais direi ainda? Certamente me faltará o tempo (e o espaço) necessário para referir o que há a respeito de outras mulheres que fizeram parte da História da Salvação no Antigo e Novo Testamento. Entretanto certo é que “...a mulher que teme ao Deus Eterno será elogiada...”.

Rev. Jean Douglas Gonçalves